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As delegacias do estado do Rio registram, em média, o roubo ou o furto de um celular a cada nove minutos. Entre janeiro a agosto deste ano, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram 13.854 aparelhos roubados e 24.341 telefones furtados. Os dois índices tiveram alta nos oito primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado: os roubos de celular subiram 39,5%, enquanto os furtos aumentaram 15,6%.
Os criminosos costumam se aproveitar de eventos e aglomerações. Na segunda-feira passada, policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) apreenderam mais de 750 celulares de origem suspeita no Mercado Popular da Uruguaiana, no Centro do Rio. A ação teve como objetivo recuperar telefones levados por criminosos durante o Rock in Rio.
A atuação dos bandidos nem sempre é sutil. Na noite de 2 de setembro, uma adolescente teve o pescoço apertado e foi jogada no chão por um bandido durante um assalto em frente à Câmara de Vereadores de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Chorando, ela implorou para que o ladrão não levasse seu celular. A cena foi flagrada por câmeras de segurança.
Estudante de Farmácia, Maria Eduarda Souza, de 27 anos, mora em São Cristóvão e trabalha na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio. Ela conta que no mês passado teve o celular roubado duas vezes: a primeira, a poucos metros de casa; e a segunda, quando chegava no trabalho.
— Um adolescente me abordou na saída da Feira de São Cristóvão e pediu meu celular. Entreguei. Ele ameaçou estar armado, e fiquei com medo. Estava bem perto de casa, moro a duas ruas de lá. Comprei um segundo aparelho e fui roubada duas semanas depois, quando chegava no trabalho, por volta das 6h. Era troca de plantão e a rua estava deserta. Meu celular estava guardado na bolsa, mesmo assim o ladrão levou.
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O epicentro
O Centro do Rio é o epicentro dos roubos e furtos de celular. De janeiro a agosto, foram 944 aparelhos roubados e 1.675 furtados na área da Circunscrição Integrada de Segurança Pública (Cisp), que cobre a Lapa e parte do Centro da cidade.
A sequência das áreas com mais ocorrências, porém, muda dependendo do índice. Os roubos de celular têm os maiores números de casos na Baixada Fluminense e na Zona Norte: das dez Cisps com mais registros, quatro ficam na Baixada (Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Posse) e três, na Zona Norte da capital: Praça da Bandeira, Madureira e Vicente de Carvalho.
No registro de furtos de celular, as delegacias da Zona Sul se destacam — Copacabana, Catete, Leblon, Botafogo e Gávea estão entre as dez áreas onde houve mais ocorrências registradas entre janeiro e agosto deste ano. Somando-se todas as distritais da Zona Sul do Rio, foram 5.769 furtos de aparelhos este ano, o equivalente a um em cada quatro furtados em todo o estado.
Uma análise da variação no número de roubos de celular mostra que o maior aumento ocorreu em Belford Roxo (Cisp 54): as ocorrências mais do que triplicaram, passando de 286, entre janeiro e agosto de 2023, para 868, no mesmo período deste ano. A área da 5ª DP (Mem de Sá) também teve crescimento expressivo no índice, de 159%. O salto mais destacado nos furtos de telefones se verificou em Realengo, na Zona Oeste, onde os registros subiram 260%, entre 2023 e 2024, na área da 33ª DP, indo de 141 casos nos primeiros oito meses do ano passado para 508 em 2024.
Em nota, a Polícia Militar informa que o combate aos crimes de rua, como os roubos e furtos de celulares, está “entre os principais focos de atuação do comando da corporação”. Também por nota, a Polícia Civil esclarece que as delegacias realizam “rotineiramente o trabalho de investigação dos casos registrados, bem como de recuperação e devolução de aparelhos de telefone celular roubados e furtados no estado”. As duas forças ressaltam a importância do registro das ocorrências, que torna a análise das manchas criminais mais precisa e efetiva. *Fonte: Extra.
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